Quais serão as Façanhas do Atlético em 2017?

O torcedor atleticano terminou o ano de 2016 extasiado de alegria, campeão da série B, um campeonato conquistado sobre o gigante Vasco da Gama e com mais de 20 pontos na frente dos rivais Vila Nova e Goiás. A torcida se encheu de esperança de que entraríamos com tudo em 2017, celebrando os 80 anos do Dragão e disputando para ganhar o Campeonato Goiano. Porém o pesadelo começou para o atleticano e parece não ter hora para acabar, o Atlético conseguiu a proeza de ficar em 4º lugar no campeonato. A torcida rubro-negra vai ver do sofá uma final de campeonato com dois times da série B, Goiás e Vila Nova, e ainda viu a Aparecidense, da série D, ficar na sua frente. Perae, mas cadê o time de série A, onde está o nosso Dragão? No ano onde o clube tem o maior orçamento da sua história, no ano de celebração de seus 80 anos, passar essa vergonha?

Em um momento em que parece evidente que o insucesso se deve a não ter mantido sequer 30% da base do time campeão do ano passado, surgem todo tipo de especulações para tirar o foco desse fato. Já teve crítica ao torcedor, à arbitragem, ao técnico, ao jogador Fulano e ao Beltrano, porém não se ouve falar da responsabilidade no desmanche do time e nem tão pouco na insistência em levar sempre vários jogadores do mesmo empresário para o Atlético, por sinal jogadores que não renderam nada nesse campeonato.

Por fim a última tentativa é de desqualificar o Campeonato Goiano, como se esse não fosse prioridade e que supostamente para ir bem no Brasileirão fosse necessário desprezar o Estadual. Bom, os dados nos dizem o contrário, de 2006 a 2011, onde o Atlético foi muito bem nas competições nacionais, o time manteve uma base e jogou muito bem o Campeonato Goiano, mostrando que uma base bem entrosada no Estadual contribui, e muito, em um bom desempenho no Nacional. Nossa melhor campanha na série A, em 2011, foi depois de um bi-campeonato estadual. O campeonato goiano é importante para criar respeito local, ganhar torcida e fortalecer o time, não é a toa que nosso adversário verde sempre fez questão de ganhar todos estaduais possíveis, de sempre jogar peso no Goiano e no Brasileiro, e com isso arregimentou uma imensidão de torcedores. Não dá para achar normal perder 3 jogos seguidos para o Goiás, perder 4 clássicos, desprezarmos a única competição que tínhamos chances de ganhar e ainda continuarmos com menos títulos locais do que o Goiânia. Por que o Atlético com orçamento bem menor conseguia ir para as finais como em 2006, 2007, 2008, jogando série C? Conseguia em outros anos jogando série B. O que justifica ficarmos 3 anos seguidos sem sequer chegar na final ? Será que Goianésia, Aparecidense e Anápolis tiveram orçamento maior que o nosso nesses últimos 3 anos? Para terem chegado na nossa frente.

O que fica na cabeça do torcedor é: “Quais serão as marcas e lembranças desse 2017?”. Algumas já foram cravadas:

  • Perder 4 clássicos em um único ano (Há mais de 15 anos isso não ocorria).
  • Perder 3 jogos para o Goiás no mesmo campeonato.
  • Desde 2003 o Atlético não terminava um campeonato goiano atrás do Vila Nova.

Bom, mas tal qual as placas da Prefeitura poderíamos pensar que “Os transtornos passam, mas os benefícios ficam”. Se o ano de 2017 for todo perdido no quesito futebol, visto que as perspectivas não são animadoras de encaixar um novo time em 3 semanas para jogar com 18 clubes com orçamento bem maior que o nosso na série A, poderíamos pensar se o clube sairá fortalecido dessa injeção de recursos e visibilidade de 2017.  Vamos então listar algumas questões para conferirmos no início de 2018, independente dos resultados dentro de campo? Será que podemos ter outras vitórias? A Agremiação Atlético Goianiense estará maior em 2018? Vejamos:

  • A dívida do clube será abatida em quanto comparada a 2016?
  • Haverá investimento no patrimônio do clube? Nossas áreas serão valorizadas em quanto? O que será feito no terreno de Aparecida? E no CCT do Urias?
  • O que será feito no maior patrimônio do clube, no Estádio Antônio Accioly? O Accioly deixará de constar como garantia de dívidas do clube? Será retirado de processos de penhora ou continuará podendo ser executado e leiloado quando o clube tiver um orçamento menor? O Estádio estará em condições para sediar jogos do Goianão 2018?
  • Qual o aumento de investimento que será feito nas Categorias de Base em comparação com os anos anteriores?
  • Quantos sócios proprietários o clube terá a mais do que tem hoje? Teremos uma campanha de filiações e benefícios aos Sócios?
  • O Atlético terá em 2018 um programa de sócio torcedor já consolidado? Quantos sócios torcedores? Quantos torcedores a mais o clube terá angariado?
  • O clube voltará a ter uma loja de materiais em um local centralizado? Atualmente o torcedor tem que ir ao Jardim Presidente na loja da Super Bolla para comprar material. O Atlético voltará a contar com uma loja de produtos exclusivos em Campinas? Em um shopping, em uma salinha no Accioly, em um camelódromo que seja?
  • Teremos uma revista em homenagem aos 80 anos do clube? No ano de 2017, com orçamento bem maior, será que veremos o clube investir em um profissional de marketing e de jornalismo para produzir uma revista dos 80 anos? Em 2007, na serie C, o clube produziu uma revista, em 1987, em um regime semi-amador de gestão, só com apoio de comerciantes de Campinas, foi feita uma revista dos 50 anos do Atlético. E agora?  2017 ficará marcado por um cronograma de atividades e eventos que celebrem a história do Atlético ou ficará só com a festa para venda de camisas que foi feita pela fornecedora de material esportivo? Teremos também ações para a maioria dos torcedores atleticanos que são assalariados, das classes C e D?
  • O Atlético irá aproveitar a visibilidade para angariar novos patrocinadores para serem parceiros em 2017 e continuarem em 2018?  E assim diminuir a dependência de patrocínios estatais, da rede Globo e da TV Anhanguera?

Sabemos que na época das “vacas magras” todo investimento nos outros departamentos do clube, sem ser o de futebol, são colocados de lado, e então, agora na época da “vaca gorda”, veremos esse investimento?

Ficam aí questões para nós torcedores acompanharmos e conferirmos. Torcendo pelas vitórias em campo e mais ainda para que o clube aprenda e cresça fora de campo. Quem sabe não tenhamos um 2018 animador do começo ao fim.

 

EPITÁCIOS:

Bola Dentro: Para as reformas que tem sido feitas no Estádio Antônio Accioly pela Diretoria.

Bola Dentro: Para a TDA-Torcida Dragões Atleticanos que deu um show nas arquibancadas durante as semifinais contra o Goiás, todo atleticano já sabe cantar o hino “Somos do Bairro de Campinas, Bairro de luta e tradição”.

Bola Dentro: Para os mais de 100 atleticanos que estiveram no ato de fundação da ACAD-Associação Antônio Accioly e para as homenagens que fizeram a jogadores, dirigentes e torcedores na ocasião dos 80 anos do clube.

Bola Fora: Para a empresa de materiais esportivos que alardeou que iria lançar uma Camisa Retrô em homenagem aos 45 anos do primeiro título nacional do Atlético, o Torneio da Integração Nacional, e não fez nada.

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