Queda anunciada: o previsível rebaixamento do Atlético-GO em 10 atos

O Atlético-GO está matematicamente rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro. A queda foi consumada neste domingo, no empate em casa contra a Chapecoense. Porém, pode-se dizer que o time rubro-negro já vinha caindo desde o início da temporada. Não foi pelas atuações recentes nem mesmo pela campanha no segundo turno que o Dragão saiu da elite do futebol brasileiro. Uma sucessão de erros dentro e fora de campo desde o início da temporada contribuiu para este momento. Confira abaixo 10 razões para o rebaixamento do Atlético-GO:

1) Desmanche do time campeão da Série B

O Atlético-GO sobrou na Série B de 2016, tanto é que faturou o título com duas rodadas de antecedência. No entanto, acabou pagando um alto preço pela campanha irretocável. Com o elenco bastante visado, a diretoria conseguiu segurar pouquíssimos atletas para 2017. Nomes de destaque como Magno Cruz, Michel, Marllon, Gilsinho, Pedro Bambu e Matheus Ribeiro saíram ao fim da temporada. Dentre os principais jogadores, ficaram apenas Kléver, Luiz Fernando e Jorginho. Além disso, a reposição não foi à altura.

2) Goianão como laboratório

Pensando no Brasileirão, Atlético-GO optou por não fazer grandes investimentos para o Campeonato Goiano. O clube preferiu garimpar no mercado, contratar apostas no início do ano e guardar boa parte do orçamento para depois. A estratégia não poderia ter sido pior. O Dragão sofreu no estadual, não avançou às finais e tampouco construiu uma base para iniciar a Série A. Após o Goianão, teve de remontar o grupo com o torneio nacional já em andamento.

3) Elenco fraco para a Série A

Como demorou a contratar, quando foi ao mercado o Atlético-GO se viu diante de poucas opções. A diretoria priorizou reforços oriundos do Campeonato Paulista, considerado o mais competitivo dos estaduais, mas mesmo assim não teve bom retorno. Basta ver dois exemplos: o lateral Eduardo e o atacante Walterson. Ambos chegaram para Série A, não deram conta de jogar e rapidamente foram liberados. A defesa demorou um turno inteiro para se acertar, a lateral-direita foi um problema ao longo de toda a competição e por aí vai.

4) Primeiro turno desastroso

O Atlético-GO terminou a primeira metade do Brasileirão com apenas 12 pontos. Em 19 rodadas, foram só três vitórias, três empates e incríveis 13 derrotas (21% de aproveitamento). Na virada do turno, o Dragão já tinha saldo negativo de – 18 gols. Marcelo Cabo foi demitido após perder os quatro primeiro jogos. Doriva chegou, mas não conseguiu modificar o cenário tenebroso.

5) Everaldo: a venda do artilheiro

O único ponto positivo do Atlético-GO no começo do Brasileirão vinha sendo Everaldo. O atacante se destacou nas vitórias sobre Ponte Preta e Avaí e depois marcou de calcanhar diante do São Paulo. Era o artilheiro do Dragão com cinco gols até despertar o interesse do Querétaro, do México. A diretoria rubro-negra ficou seduzida pela oferta do ex-clube de Ronaldinho Gaúcho e aceitou negociar o melhor jogador do time. Abriu mão da principal esperança contra o rebaixamento por um dinheiro que sequer foi investido no elenco.

6) À deriva com Doriva

Contratado após a demissão de Marcelo Cabo, Doriva falhou feio na missão de reerguer o Atlético-GO. Apesar de a equipe ter tido boas atuações em alguns jogos, os números foram pífios. Em 10 partidas, o técnico venceu apenas uma e saiu com aproveitamento de 16%. A gota d’água foi a goleada de 4 a 0 sofrida para o Sport na 15ª rodada.

7) Mandante que não manda

Fazer o dever de casa em uma competição de pontos corridos é fundamental, mas o Atlético-GO passou longe disso. O Dragão é o segundo pior mandante da Série A, à frente apenas do Vitória. O Dragão conquistou míseros 16 pontos em 18 jogos em Goiânia: quatro vitórias e quatro empates. Até o momento foram 10 derrotas em seu próprio território.

8) Baixo poder financeiro

De acordo com o Diário Oficial da União, o Atlético-GO recebe por ano R$ 5,5 milhões da Caixa Econômica Federal. A principal cota de patrocínio do Dragão na temporada inteira é inferior à folha salarial mensal de boa parte parte dos clubes que disputam a Série A. Quando demitiu Doriva, antes mesmo da virada do turno, a diretoria preferiu nem investir em um novo treinador para não comprometer a saúde financeira. O auxiliar João Paulo Sanches assumiu como “interino definitivo” e permanece até hoje.

9) Abandonado pela torcida

Que a torcida do Atlético-GO é relativamente pequena, não há dúvida. Mas em 2016 ela pelo menos lotou o Olímpico na reta final da campanha do título da Série B. Nesta temporada, porém, em momento algum os torcedores abraçaram o time. O Dragão tem a pior média (5.458 pagantes) e os seis piores públicos do Brasileirão 2017. Na vitória sobre o Sport, na última semana, apenas 338 pagantes foram ao Olímpico. Recorde negativo desta edição do torneio. O melhor registro foi contra o São Paulo (15.439 pagantes), no Serra Dourada, mas a maioria esmagadora dos presentes era tricolor.

10) O fracasso Walter

Contratado com status de craque e reforço de maior impacto da história do Atlético-GO, Walter foi um fiasco. Apesar de ter tido tempo para se preparar antes do início da Série A, o atacante enfrentou sérios problemas com o peso. Mesmo quando emagreceu, não entregou em campo o que se esperava dele. Sem conseguir render e fora dos planos da diretoria para 2018, foi afastado e parou de ser relacionado quando restavam ainda seis rodadas para o fim do torneio. Vai se despedir do Dragão com apenas cinco gols em 25 partidas.

Fonte: Globoesporte