“Os clubes da Série A têm motivo para estar em festa, menos Corinthians e Flamengo”

“Fizemos um bem ao futebol brasileiro. Todos os clubes da Série A têm motivo para estar em festa, menos Corinthians e Flamengo”. A frase é do vice-presidente de futebol do São Paulo, Ataíde Gil Guerreiro, e se refere ao acordo aprovado na noite desta terça-feira pelo Conselho Deliberativo do clube com a Globo para a transmissão em TV fechada do Brasileirão de 2019 a 2024.

A euforia está ligada ao novo modelo de divisão das cotas: a Globo prometeu desembolsar R$ 500 milhões – e não mais R$ 98 milhões, como queria no início das tratativas – de maneira bem parecida ao que se pratica no Campeonato Inglês. Ou seja, 40% da bolada são divididos de maneira igual entre todos os clubes da Série A, 30% são rateados de acordo com a classificação dos times no campeonato; e 30% acabam pagos mediante o número de partidas transmitidas.

“Não vamos mais correr o risco de uma ‘Espanholização’ do futebol brasileiro”, prevê Roberto Natel, vice-presidente geral do Tricolor.

É bem verdade que o acordo vale exclusivamente para a TV fechada. Assim, a menos que também se mude o sistema de cotas da TV aberta, ainda corre-se o risco de Flamengo e Corinthians continuarem recebendo muito mais do que os demais. Neste ano, por exemplo, os clubes mais populares do país embolsarão R$ 170 milhões da Globo, contra R$ 110 milhões do São Paulo.

De qualquer maneira, a aprovação do modelo para a TV fechada ocorreu de maneira quase unânime pelo Conselho Deliberativo do Tricolor. O ex-presidente Carlos Miguel Aidar também votou a favor, esquecendo as diferenças com a atual diretoria.

Dinheiro em caixa:
A assinatura do contrato, marcada para esta quarta-feira, garantirá um prêmio de R$ 60 milhões ao São Paulo. E a promessa da Globo é de que o dinheiro seja depositado nas próximas horas. “Nossa ideia é usar esses R$ 60 milhões para pagar o pouco que ficou pendente com o elenco e refinanciar as dívidas bancárias. Assim, alongaremos nossas pendências e teremos condição de garantir que não atrasaremos mais os salários dos atletas ao longo do ano”, avalia José Francisco Manssur, vice-presidente de Comunicação e Marketing.

Os atrasos foram uma constante na temporada passada. Em 2016, inclusive, já renderam uma crise: na última semana, os jogadores organizaram uma greve de silêncio como resposta à demora no pagamento dos direitos de imagem e do prêmio pela classificação à Libertadores. O problema é que alguns dos líderes do grupo, como Lugano e Denis, se recusaram a participar.

Fonte: Yahoo Esportes