A gestão dos principais clubes de futebol do Brasil está bem longe de ser profissional. A conclusão pode ser tirada a partir de dados levantados pelo programa “Gestão de Campeão”, lançado há um ano pela Ambev em parceria com a empresa de auditoria Ernst & Young. A ideia do programa é premiar os clubes que demonstrem as melhores práticas de gestão.
A EY visitou e colheu dados dos seguintes clubes: Santos, Ponte Preta, Palmeiras, Flamengo, Fluminense, Atlético-MG, Cruzeiro, Juventude, Coritiba, Vitória, Goiás, Fortaleza e Ceará. Pelo menos seis clubes saíram do programa depois de terem inicialmente aderido. São os casos de São Paulo, Botafogo, Grêmio, Internacional, Bahia e Atlético-GO.
Os resultados publicados a seguir foram levantados na primeira rodada de avaliação dos clubes. Haverá ainda outras sessões de visitas dos auditores da EY. Apesar dos dados bastante negativos colhidos, representantes da Ambev e da EY ouvidos pelo GloboEsporte.com demonstraram otimismo com o engajamento dos clubes em melhorar suas gestões.
– Esperávamos que alguns pilares, como sócio-torcedor, estivessem mais organizados, com gestão mais avançada. Mas estamos confiantes de que nas próximas rodadas de avaliação os resultados vão estar num patamar bem mais alto – diz Fred Fontes, gerente de marketing esportivo da Ambev.
– Nós ficamos alarmados com o primeiro resultado. Mas percebemos também que muitos clubes estão reagindo de maneira consistente a este primeiro diagnóstico – comentou Gustavo Hazan, gerente-sênior de consultoria da EY.
Depois da publicação desta nota, o presidente do Bahia, Marcelo Sant’Ana, esclareceu os motivos que fizeram o clube sair do programa.
– O Bahia aderiu e desistiu porque a visita prevista para 15 de fevereiro não tinha acontecido até 27 de abril e avaliação final seria em 2018, e minha gestão tem mandato até dezembro – respondeu Marcelo Sant’Ana.
Veja os resultados da primeira avalição da gestão dos clubes pelo programa “Gestão de Campeão”
- Quase 80% dos diretores de futebol não acompanham os treinos dos times profissionais e de base;
- 71% não têm metas de gestão formalmente documentadas;
- Nenhum clube faz acompanhamento formal das metas estipuladas;
- 86% não têm estruturas de cargos e salários definidos;
- 93% não têm regras para despesas de viagem, hospedagem e alimentação;
- 39% não fazem controle das despesas de água e energia elétrica;
- 50% dos clubes não têm política de benefícios (vale-refeição, plano de saúde etc) para funcionários;
- Nenhnum clube faz pesquisa de satisfação entre seus funcionários;
- 64% dos clubes não fazem planejamento anual de marketing com metas definidas;
- 57% não realizam pesquisas que orientem a atuação do departamento de marketing;
- 57% dos clubes não acompanham o desempenho escolar de seus atletas das categorias de base;
- 79% não oferecem cursos de idioma e 64% não oferecem apoio psicológico para os jogadores da base;
- 93% dos clubes não dispõem de dados demográficos detalhados sobre seus sócio-torcedores
Fonte: Globoesporte
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