Mais de 60 jogadores de clubes das Séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro farão parte do Clube de Capitães, grupo formado para representar a categoria e brigar por melhorias no futebol brasileiro, principalmente em relação ao calendário do futebol brasileiro. A iniciativa é da Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf), que em carta divulgada nesta quarta-feira pede um encontro com a CBF para tratar, principalmente, sobre o conflito de jogos entre competições no ano.
O texto aponta que “Estaduais e Primeira Liga não devem patrocinar jogos da forma ora estabelecida, em que clubes e a maioria dos mesmos atletas atuam mais de uma vez sem o devido período de descanso conveniente à categoria”.
Entre os atletas que fazem parte do Clube de Capitães estão Fernando Prass (Palmeiras), Paulo André (Atlético-PR), Gum (Fluminense), Lugano (São Paulo), Camilo (Botafogo), Réver (Flamengo) e Victor (Atlético-MG). Questionado se a criação do grupo é uma forma para ocupar o lugar deixado pelo Bom Senso FC, o presidente da Fenapaf, Felipe Augusto Leite, negou tal intenção.
– É uma forma de aproximar os atletas das ações da entidade. Estou abrindo a Fenapaf à eles pois isso não existia anteriormente, daí criava-se um muro entre a entidade e os atletas – comentou Leite.
Veja abaixo o conteúdo da carta.
Carta Aberta ao Futebol Brasileiro
A Fenapaf vem por meio desta oficializar o seu Clube de Capitães, composto por mais de 60 atletas espalhados pelos clubes das Séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro. Esta iniciativa, oriunda da renovada relação dos atletas após a posse da nova diretoria da entidade, tem por objetivo dar unidade e maior relevância às demandas dos atletas do futebol brasileiro diante de todas as discussões que envolvem o nosso esporte.
Neste foco, cuidamos de nos colocar à disposição de todos os agentes envolvidos: CBF, Clubes, Federações, Ligas, imprensa, sociedade, a fim de que a melhoria do futebol brasileiro seja uma realidade iminente e que passe pela proteção ao exercício sadio da profissão do atleta, mas também em respeito aos torcedores, patrocinadores, à ética e ao aprimoramento dos espetáculos de resultados sob qualquer suspeita.
Certos disto, trazemos ao debate a necessidade urgente de que se evite a realização de jogos na forma conflitante em que se observa neste início de temporada. Estaduais e Primeira Liga não devem patrocinar jogos da forma ora estabelecida, em que clubes e a maioria dos mesmos atletas atuam mais de uma vez sem o devido período de descanso conveniente à categoria.
Estamos certos de que as instituições devem propor a adequação dos respectivos calendários sem que oprimam o trabalhador, sem que se apequenem as competições e o interesse do público e dos patrocinadores, principais interessados e responsáveis pelos enormes valores obtidos com a venda dos direitos de transmissão dessas competições.
É em defesa aos atletas e aos interesses do futebol brasileiro que nos colocamos abertos ao diálogo. Para tanto, solicitamos ser recebidos pela Confederação Brasileira de Futebol a fim de discutir tão relevante tema, inclusive com as ligas, clubes e federações.
Afinal de contas, os protagonistas têm que assumir o seu papel no enredo futebol e nossa contribuição é, antes de tudo, um compromisso patriótico ao incentivar a educação e o desporto nacional. Compartilhar ideias, buscar soluções institucionais e do bem comum certamente contribuirão ainda mais para resgatarmos ao nosso País, a hegemonia do futebol mundial.
Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (FENAPAF)
Clube de Capitães
Fonte: De Prima (UOL)
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