Há quase meio século: relembre o único jogo entre Atlético-GO e Cruzeiro no Estádio Olímpico Pedro Ludovico, em Goiânia

Batizado “Pedro Ludovico Teixeira” em homenagem ao governador de Goiás entre os anos de 1935 e 1937 e fundador da capital Goiânia, o Estádio Olímpico receberá o confronto Atlético Goianiense x Cruzeiro depois de quase meio século. O único confronto entre os clubes no local ocorreu no dia 2 de fevereiro de 1969, pela Taça Brasil de 1968. A disputa do torneio “virou o ano” em virtude dos constantes adiamentos dos jogos, já que a Taça de Prata – organizada simultaneamente pela antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD) – tinha a prioridade das datas do segundo semestre do ano anterior. Em 2010, as duas competições foram unificadas ao Campeonato Brasileiro, bem como seus respectivos ganhadores.
A Taça Brasil de 1968 tinha regulamento complexo. Dos 23 participantes, Palmeiras (campeão de 1967), Náutico (vice-campeão de 1967), Botafogo (campeão carioca) e Santos já estavam garantidos na fase final. O Cruzeiro, por sua vez, ficou como finalista da “Zona Centro”. O Atlético-GO liderou o Grupo 1, superando Operário-MT e Rabello-DF. Na semifinal da qualificação, bateu o Goytacaz-RJ e avançou para encontrar com a Raposa.
O jogo de ida entre mineiros e goianos aconteceu no Estádio Olímpico e teve arbitragem de Armando Marques. O Atlético-GO foi representado pela Seleção Goiana. O reforço, no entanto, não foi capaz de segurar a força do Cruzeiro. Dirceu Lopes marcou duas vezes, aos 4min e 6min. Depois de abrir 2 a 0, o time celeste administrou a vantagem. O Dragão só diminuiu aos 35min do segundo tempo, gol do atacante Guilherme: 2 a 1.
O duelo de volta ocorreu no Mineirão, em 9 de fevereiro.
Dirceu Lopes voltou a brilhar com dois gols. Tostão também marcou duas vezes, enquanto Rodrigues e Hilton Oliveira anotaram um tento cada. Tal como ocorreu em Goiânia, Guilherme fez o de honra do Atlético-GO. Com placar de 6 a 1 diante de quase 24 mil torcedores, o Cruzeiro carimbou o passaporte para as semifinais, fase na qual acabou eliminado pelo Botafogo (derrota por 1 a 0 no Mineirão e empate por 1 a 1 no Maracanã). O alvinegro carioca se sagrou campeão brasileiro de 1968 ao vencer o Fortaleza.
Posteriormente, o Cruzeiro encarou o Atlético-GO como visitante mais quatro vezes, sempre no Serra Dourada, principal estádio de Goiás. O retrospecto é equilibrado: duas vitórias cruzeirenses e dois triunfos tricolores.
O reencontro agendado para domingo, às 16 horas, no Estádio Olímpico, colocará dois times em situações distintas. Enquanto os celestes estão em sexto lugar, com 37 pontos, os goianos amargam a lanterna, com apenas 22.

Inaugurado em 1941 após ser construído em um terreno doado pelo Goiânia Esporte Clube, o Estádio Olímpico recebeu o primeiro jogo no dia 3 de setembro, quando o América perdeu para o Goiânia por 2 a 0. À época, o espaço comportava 10 mil pessoas.

Em 2006, o estádio foi demolido para a construção de uma arena moderna. As obras custaram R$ 94 milhões – mais que o dobro dos R$ 43,5 milhões iniciais – e só ficaram prontas 10 anos depois. A reinauguração ocorreu em 27 de setembro de 2016, quando Atlético-GO e Joinville empataram por 1 a 1 pela 28ª rodada da Série B.
A capacidade do Olímpico de Goiânia é para 13.500 espectadores. Há quatro vestiários para atletas, dois para árbitros, 12 cabines de imprensa e 250 lugares de tribuna, além de estacionamento subterrâneo para 400 carros.

Desde que passou a jogar na nova arena pelo Brasileiro, o Atlético-GO contabilizou 13 partidas, com três vitórias, três empates e quatro derrotas. Já o Cruzeiro obteve 38,9% dos pontos como visitante, com quatro triunfos, dois empates e seis reveses.

Ficha do jogo

ATLÉTICO-GO 1X2 CRUZEIRO
ATLÉTICO-GO
Romualdo; Davi, Tinda, Paô e Edno; Dida, Adalberto e Claudino; Guilherme, Toninho e Lico
Técnico: Zuino
CRUZEIRO
Raul; Pedro Paulo, Raul Fernandes (Viktor), Fontana e Vanderlei; Piazza, Zé Carlos e Tostão; Natal, Dirceu Lopes e Hilton Oliveira (Rodrigues)
Técnico: Gérson Santos
Gols: Guilherme, aos 35min do 2ºT (ATG); Dirceu Lopes, aos 4 e 6min do 1º T (CRU)
Motivo: jogo de ida da final da “Zona Centro” da Taça Brasil de 1968
Estádio: Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia-GO
Data: domingo, 2 de fevereiro de 1969
Árbitro: Armando Marques (SP)
Assistentes: João Souza (GO) e José Brandão (GO)