Estudo mostra influência da família e títulos em escolha do time do coração

O que você levou em consideração na hora de escolher o time do coração? Com o mesmo questionamento, o professor Rodolfo Ribeiro resolveu estudar o tema em sua tese de doutorado na USP (Universidade de São Paulo) e concluiu que três fatores são decisivos para as crianças na hora de definir para quem torcer no futebol: o time dos familiares, o fanatismo dos familiares e os títulos do clube no momento da escolha (assista ao vídeo).

Professor de Administração e Marketing, Ribeiro fez pesquisas qualitativas e quantitativas para entender o processo de escolha, que em geral acontece os 6 e 10 anos de idade. O resultado do estudo foi destacado pelo jornalista Rodrigo Capelo, no “Redação SporTV”, e mostra que a influência familiar pesa e os títulos ganham mais força quando não há referências dentro de casa.

– Se a criança não tem influência dentro de casa para indicar um caminho e conduzir para algum time, os títulos fazem muita diferença e praticamente convertem. Uma criança no período de 2006 a 2008, que não tivesse influência dentro de casa, provavelmente em São Paulo se tornaria são-paulina. É interessante reparar que um título tem muita importância sim, mas quando há influência dentro da família que tem muito fanatismo, a coisa muda de figura – explicou Capelo, que também detalhou o estudo em seu blog.

Ao explicar a pequisa, ele também apresentou algumas simulações – feitas com base em um cálculo estatístico – para saber o peso de cada um dos fatores. Elas ajudam a explicar a probabilidade de escolha em diferentes circunstâncias. Confira:

Simulação 1
Se o pai, a mãe e o irmão não torcerem para nenhum time, e o São Paulo estiver num período com títulos, a criança tem 88% de probabilidade de se tornar são-paulina.

Simulação 2
Se o pai, a mãe e o irmão torcerem para o Corinthians, sendo que o pai é fanático pelo Alvinegro, enquanto o Palmeiras estiver num período com títulos, a criança tem 95% de probabilidade de se tornar corintiana.

Simulação 3
Se o pai for torcedor fanático do Corinthians, a mãe for fã moderada do São Paulo e o Palmeiras estiver em um período de títulos, a criança tem 66% de probabilidade de se tornar corintiana.

Em entrevista ao “Tá na Área”, o pesquisador explicou a conclusão e destacou o peso do “fanatismo” de quem influencia as crianças.

– Em todos os fatores, aqueles que se mostraram significantes em uma modelagem matemática foram as duas variáveis que compõem a influência familiar – a quantidade de familiares que torcem para um time e a lealdade desses torcedores em relação a esse time (…) Um pai fanático, uma pessoa muito leal ao clube, vale o equivalente a quatro títulos do rival na escolha – disse.