Nonoca, Arthur, Ronaldo e a afirmação de vários jovens volantes na Série A

Mais do que garantir a vitória do Cruzeiro sobre o Atlético-GO por 2 a 1, o gol de Rafael Sobis marcou também a primeira assistência de Nonoca, volante de apenas 19 anos, nos profissionais. Um passe preciso, como uma tacada de bilhar, que deixou o experiente atacante na cara do gol. E que marca também um passo à frente na carreira de mais um jovem volante em 2017, o ano em que eles estão com tudo.

Sim, 2017 é marcado, no Brasil, pela ascensão de jovens volantes. E ao blog, que escreve o terceiro texto seguido sobre um deles (Arthur e Ronaldo foram os anteriores), cabe o registro. Nenhuma outra posição revelou tanto. E cada vez mais a garotada toma conta do espaço por ali.

Nonoca, ainda reserva no Cruzeiro, faz um contraponto legal com os outros “concorrentes”. É muito forte fisicamente, mais marcador. Em um jogo no ano passado na base, contra o Coritiba, chegou a fazer 12 desarmes, mais do que o restante do time celeste somado, e contribuiu para a vitória por 2 a 1. É forte, intenso, briga o jogo todo. Não tão refinado tecnicamente, talvez, mas longe de ser completamente brucutu, como o passe deste domingo mostrou. Pela aplicação nos treinamentos, caiu nas graças do técnico Mano Menezes, e já atuou em seis partidas do Brasileirão.

A história dele é parecida com a de jogadores que hoje estão em estágio mais avançado na carreira. Entre os nascidos em 1998, mesmo ano de Nonoca, podem ser citados Douglas, já vendido pelo Vasco ao Manchester City, e Matheus Fernandes, que se adonou de uma posição no meio-campo do Botafogo. Um pouco mais velhos, Maycon, do Corinthians e Wendel, do Fluminense, estão afirmados e são sondados por clubes do exterior. Ainda mais velhos são os já citados Arthur e Ronaldo, de apenas 21 anos, assim como o ótimo Matheus Rossetto, do Atlético-PR, que entra e sai do time, mas mostra sempre muita qualidade. Aos 22, Lucas Marques ganha espaço na Chapecoense e mostra, aos poucos, toda a qualidade que o fez ser muito bem visto na base do Internacional.

A lista é ainda maior. Fabrício e Thalysson, do Sport, ambos de 19 anos, já tiveram bons momentos na temporada. Luanzinho, do Avaí, estreou nos profissionais aos 17 anos e é muito promissor. Caio Henrique, do Atlético de Madrid, e Allan, que pertence ao Liverpool e está emprestado ao Apollon Limassol, do Chipre, são também ótimos nomes em uma posição altamente competitiva no país.

Há também mais nomes promissores que ainda não apareceram nos profissionais, como Mantuan, do Corinthians, Cícero e Renan, do Atlético-MG, Jean Lucas, do Flamengo, os vascaínos Bruno Cosendey e Andrey, Pedro e Igor Liziero, do São Paulo, Júlio Rusch, do Coritiba, entre outros. Isso sem falar na geração 2000, com Rodrigo Nestor, Marcos Antônio, Victor Bobsin…

É claro que alguns desses ficarão pelo meio do caminho e nem todos reúnem as características essenciais para chegar ao alto nível, mas as chances estão sendo dadas. E ver essa quantidade de jovens jogadores em uma posição na qual o Brasil tem dificuldade de afirmar nomes nos principais clubes europeus na mesma proporção de laterais e pontas leva a crer que a base brasileira, de uma maneira melhorou o processo, ao menos na formação, de escolha e estímulo de seus volantes. E que nos próximos anos alguns deles estarão no mais alto nível do futebol mundial.

Fonte: Blog na Base

(Foto: Paulo Marcos/Assessoria Atlético Goianiense)