O sucesso de um trabalho no futebol pode ser mensurado pela confiança de diante um treinador no cargo. E o Dragão, campeão da Série B neste sábado, é prova viva disso. Marcelo Cabo, de 49 anos, se tornou a cara do clube no decorrer da competição. Humilde, calmo e inteligente: qualquer um desses adjetivos poderia resumir o treinador atleticano. Assim como as palavras “sonho” e “trabalho”.
– Quando cheguei a uma semana da estreia da Série B, fiz uma reunião com os jogadores que estavam com auto estima baixa. Percebi que o planejamento anterior ainda estava em andamento, mas falei para eles que era preciso sonhar. O que seria concretizado no decorrer da competição.
Cabo relembrou que quando chegou ao Atlético foi preciso algumas semanas para o time ganhar ‘a sua cara’. Na sequência das primeiras vitórias comecei a mostrar para eles que seria possível sonhar com uma continuação de triunfos. Na vitória sobre o Vasco no primeiro turno, eles – atletas – tiveram a certeza que o sonho era realmente possível. E após mais de 30 rodadas dentro do G4 conseguimos com três rodadas de antecedência o acesso e agora o título”, declarou.
O treinador atleticano citou também um diálogo com o diretor de futebol do Atlético, Adson Batista, que previa um desempenho em campo superior ao que foi apresentado na primeira metade do campeonato. “Depois da pausa das Olímpiadas, o Adson me questionou como o time se apresentaria em campo no segundo turno. Eu falei pra ele que seria ainda melhor do que foi no primeiro turno”, disse.
O duelo
Sobre o jogo, Marcelo Cabo, assim como no decorrer do campeonato revelou que foi necessário uma conversa durante o intervalo para realizar acertos fundamentais no decorrer da partida. “Tentei corrigir no vestiário a marcação frouxa, eles foram melhores no primeiro tempo. Eram para vencer tranquilamente por pelo menos 4 a 2. Eu penso assim: se não estou defendendo bem, vou atacar mais. O que os meninos conseguiram impor na etapa final, também com as respectivas alterações. Foi um jogo muito difícil, a equipe do Tupi é muito bem estruturada taticamente e mostrou isso em campo”, explicou.
Os agradecimentos
Agradecimentos não faltaram na fala do treinador. Marcelo fez questão de destacar, além da família e amigos. O Olaria-RJ, que deu a primeira oportunidade como treinador. “Gostaria de fazer uma menção especial ao Adson. Hoje ele não é meu diretor, é um amigo que vou ter para vida inteira. Ele me deu essa oportunidade, assim como o Jovair, que é o invisível. Quando estamos em apuro ele surge do nada e resolve os problemas. Assim como o Maurício Sampaio, João Paulo, Marcelão, Nonô, todos os funcionários do Atlético. E claro, muito obrigado para essa torcida do Atlético Clube Goianiense”, comentou.
E aí, renova?
– Eu e o Adson Batista criamos um planejamento para conversar sobre a sequência após a conquista dos objetivos. Estou feliz pela diretoria, eles tiveram confiança no meu trabalho. O clube me deu autonomia para trabalhar. O Adson não interfere nas conversas com os jogadores, temos reuniões semanais e isso permite o ambiente ficar legal. Não posso comentar sobre uma renovação durante um momento de emoção, mas garanto que existe um desejo, de ambas as partes, que eu permaneça aqui.
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