Eficiência: Sete motivos para o acesso do Dragão

O Atlético-GO está matematicamente garantido na Série A do Campeonato Brasileiro do ano que vem, mas o acesso começou a ser delineado muito antes do jogo da última terça-feira, contra o Londrina. Decisões certas da diretoria, trabalho árduo da comissão técnica e comprometimento dos jogadores colocaram o Dragão no topo da Segundona. O conjunto formado e a funcionalidade do clube foram premiados com a vaga na elite do futebol brasileiro. O título está bem próximo. O GloboEsporte.com listou sete motivos que contribuíram para o sucesso rubro-negro. Confira:

Time homogêneo

O Atlético-GO se mostrou um time muito equilibrado. Nivelado da defesa ao ataque, o Dragão teve destaques em todos os setores. Klever virou goleiro titular no decorrer da Série B e deu conta do recado. Na zaga, Marllon foi o grande pilar rubro-negro. Michel, Pedro Bambu e Magno Cruz comandaram o meio-campo. Mesmo voltando para recompor pelas beiradas, Gilsinho teve grande importância no setor ofensivo e deu suporte a Júnior Viçosa. O atacante não marcou tantos gols – foram nove ao todo -, mas fez bem o papel de referência.

Marcelo Cabo Náutico x Atlético-GO (Foto: Adelson Costa / Pernambuco Press)
Marcelo Cabo conduziu o Atlético-GO de maneira brilhante na Série B (Foto: Adelson Costa / Pernambuco Press)

Eficiência nos gastos

Mesmo com orçamento inferior ao dos principais clubes da Série B, como Vasco, Bahia, Goiás, Náutico e Ceará, o Atlético-GO conseguiu desbancar os concorrentes na luta pelo acesso. Para chegar a essa façanha, precisou ser eficiente na hora de gastar. Com folha salarial de R$ 650 mil e investimento total de R$ 10 mi na competição, a diretoria não poderia errar e teve êxito nessa missão. Contratou pouco e de forma pontual, não trocou de treinador e colheu os frutos de uma estrutura simples, mas funcional.

Manutenção da base do estadual

Mesmo tendo ficado fora de mais uma final de Campeonato Goiano – terminou na terceira colocação após cair diante do Anápolis na semifinal -, em 2016 o Atlético-GO não repetiu o erro cometido em outras temporadas. O Dragão manteve grande parte do elenco utilizado no estadual e buscou poucos reforços. O único que chegou perto do meio do ano e se tornou titular absoluto foi o volante Michel. Por outro lado, nomes como Marllon, Matheus Ribeiro, Romário, Jorginho e, principalmente, Gilsinho, que foram discretos no Goianão, cresceram muito de produção e foram importantes na campanha do acesso na Série B.

Adson Batista, diretor de futebol do Atlético-GO (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Diretor de futebol Adson Batista manteve a base após eliminação no estadual (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Técnico modesto que se encaixou

Marcelo Cabo foi anunciado pelo Atlético-GO exatamente no dia da final do Goianão, disputada por Goiás e Anápolis. Pouco conhecido no cenário nacional apesar dos bons trabalhos como auxiliar de Jorginho e observador técnico da seleção brasileira, o carioca de 49 anos desembarcou em Goiânia sem qualquer holofote. No entanto, teve ótimos resultados no início da Série B, se firmou no cargo e ganhou o vestiário. Com o grupo na mão, o treinador mostrou seu valor ao longo da competição e atualmente é reconhecido como um dos fatores primordiais para a conquista da vaga na elite nacional.

Estádio Olímpico

Quem via os jogos do Atlético-GO pela televisão ou frequentava o estádio Serra Dourada durante a maior parte da campanha rubro-negra na Série B não entendia: como um time que está no G-4 durante toda a competição não atrai público? O mistério foi desvendado na 28ª rodada, quando o Dragão pôde pela primeira vez atuar no Olímpico. O estádio esteve lotado em todas as partidas do clube na nova praça esportiva, situada mais perto da região de Campinas, reduto atleticano. Se não tivesse atuado no Olímpico, o time certamente também subiria para a Série A, mas é inegável que o estádio deu ainda mais ânimo para o clube na reta final.

Torcida do Atlético-GO - Estádio Olímpico (Foto: Sebastião Nogueira / O Popular)
Torcida se identificou e aumentou apoio no Estádio Olímpico (Foto: Sebastião Nogueira / O Popular)

Pés no chão e respeito aos adversários

O Atlético-GO só não figurou no G-4 após a primeira rodada por causa do saldo de gols, já que estreou vencendo o Oeste por 1 a 0. Mas desde o jogo seguinte o clube figura na zona de acesso para a Série A. Um dos segredos foi a maneira como a comissão técnica e os atletas tratam cada partida. Independente se é clássico, se o rival está na parte de cima ou de baixo da tabela, o Dragão manteve sua linha de trabalho e construiu sua bela campanha jogo a jogo. O baixo número de derrotas ajuda a explicar esta característica. Em 35 rodadas, o Atlético-GO perdeu apenas seis vezes – o vice-líder Bahia tem 10 derrotas.

Estrela de campeão

A sorte e a competência acompanham quem trabalha. Não faltou estrela para o Atlético-GO na Série B. Logo na quarta rodada, o time virou sobre o rival Vila Nova nos acréscimos com gol de Pedro Bambu. Também virou sobre o CRB, fora de casa, com gol de Ricardo Silva no fim da partida. Ele tinha entrado na vaga de Lino, machucado, no decorrer do jogo. O Dragão ainda derrotou o Criciúma aos 50 minutos do segundo tempo e quebrou a invencibilidade de 34 jogos do Vasco. Contra o Paysandu, quando o jogo estava apertado, o lateral-direito Matheus Ribeiro apareceu e decidiu com dois gols. O mais bonito foi de perna esquerda.

Fonte: Globoesporte