CBF só deve aderir ao árbitro de vídeo no Campeonato Brasileiro de 2019

O uso de árbitro de vídeo no Campeonato Brasileiro chegou a ser cotado como uma novidade para 2017, mas o recurso ainda não foi adotado e deve demorar mais do que o previsto para ser utilizado, segundo o chefe de arbitragem da entidade, Sérgio Corrêa. Em participação no “Redação SporTV”, por telefone, ele explicou a decisão e disse que polêmicas recentes provocadas com o uso do recurso fizeram a CBF repensar o assunto.

– Estamos trabalhando com muita tranquilidade, tem cinco empresas interessadas em participar desse projeto. A CBF está muito rigorosa nessas questões e temos que ter segurança plena de implementar e não criar os problemas que temos observado em alguns casos (…) Não temos pressa. Em 2018, vai ser a data em que a Fifa vai definir e colocar na regra do futebol para a Copa do Mundo e nós teremos mais segurança, mais tranquilidade, para que quando o projeto for implementado não tenhamos mais problemas do que temos sem o árbitro de vídeo. Tínhamos pressa no início, estamos preparados através dos testes que fizemos, mas dado a essa inserção da interpretação que tem ocorrido em vários jogos (com uso do recurso), recuamos um pouquinho, estamos aguardando para 2018 a questão da aprovação e o protocolo definitivo a ser usado na Copa do Mundo para depois usar no Brasileiro, quem sabe 2019 – disse.

A favor da medida, Sérgio Corrêa acredita que o uso do árbitro de vídeo será fundamental para evitar “erros crassos” no futebol. Ele garante que a entidade participa das discussões sobre o assunto, inclusive junto à Fifa, mas ainda não vê um consenso sobre a maneira como o recurso vem sendo usado. A crítica é sobre a utilização em lances de interpretação, quando deveria auxiliar em lances “claros”.

– Tenho acompanhado os experimentos pelo mundo. O projeto brasileiro é mais conservador, pois não incluímos a questão da interpretação, é o que está dando muito problema nos jogos. Toda vez que entra a interpretação do árbitro em campo vai dar problema, com certeza. Ainda não estamos resolvidos, mas estamos acompanhando. Não tem como a tecnologia não entrar no futebol. A gente precisa continuar os testes, os treinamentos, ajustando o protocolo que a Fifa criou para que possa dar a segurança de que apenas os erros claros serão corrigidos – afirmou.

Corrêa lembrou casos recentes e disse que é preciso preparar os envolvidos para saber quando e como usar o VAR (árbitro assistente de vídeo). Ele ainda lembrou da experiência feita recentemente na final do Campeonato Pernambucana, que não ficou livre das polêmicas.

– Toda vez que o árbitro vai para o local da revisão ou altera a revisão naquele espaço há um problema muito grande porque o lance não revisado acaba gerando polêmica. Propusemos que fique no campo da informação. O VAR  informa o árbitro e ele toma a decisão sem que haja a necessidade de ir até a área de revisão. Como aconteceu nos dois testes que fizemos em Pernambuco…  o árbitro marcou a penalidade, resolveu por orientação revisar o lance de interpretação e não pudemos dar a ele informação porque é interpretação. A conta ficou para o árbitro de vídeo, quando o árbitro pediu revisão. Na segunda partida, o assistente marcou a saída de bola, o árbitro apitou e foi fazer uma revisão. Não tínhamos o som para saber se o árbitro apitou. Ele resolveu por conta fazer a revisão. Nas duas situações, não teve responsabilidade do árbitro de vídeo – explicou.

Fonte: SporTV