Brasileirão 2020 tem crescimento do uso do VAR em comparação com a edição de 2019

Foto: Fernanda Luz/AGIF

Em uma reportagem divulgado pelo site Globo Esporte.com, o Campeonato Brasileiro deste ano tem um crescimento no uso do árbitro de vídeo em comparação com a edição de 20219. Aumenta 23% o número de vezes em que a decisão inicial da arbitragem de campo foi alterada após paralisação por jogo no VAR.

No passado foram 26 jogos, com relação a este ano até o momento são 32 duelos deste ano. Logo depois, o comentarista de arbitragem do esporte das emissoras da Globo, Sálvio Spinola, comentou:

“Está muito claro para mim que o árbitro de campo não está bem preparado, ele está dependente da ferramenta do VAR. O árbitro brasileiro perdeu o conceito do que é falta. O mesmo árbitro que apitava os jogos sem o VAR e tinha um ótimo conceito sobre o que era e não era falta, hoje não tem mais. O posicionamento, a mecânica de arbitragem, a forma de apitar o jogo… A cartilha foi abandonada em detrimento da ferramenta. Me parece que a CBF capacitou e treinou muito mais só para o VAR. Vale destacar que a CBF não forma árbitro. Quem forma árbitro são as federações. A CBF só aperfeiçoa. E as horas de treinamento para o vídeo foram muito maiores do que as horas para treinamento de campo de jogo. Na Série B vejo árbitros apitando bem. Na Série A deixam de marcar faltas. Neste fim de semana teve uma entrada do Nino Paraíba no Lucas Luma que não tem como o árbitro não ver. Não marcou falta, não deu amarelo, mas era uma jogada para cartão vermelho. É um erro muito grave de um árbitro Fifa (Bruno Arleu de Araújo)”, completou.

Por fim, outro comentarista e ex-árbitro, Sandro Meira Ricci, também deu a sua versão sobre o caso:

“O número de mudanças de decisão por erros claros é uma das formas para avaliar o desempenho da arbitragem. Este ano, temos seis mudanças de decisão por rodada (ano passado, eram cinco). É um número alto quando comparado a padrões internacionais (três mudanças a cada dez jogos). A paralisação por conta da pandemia atrapalhou bastante o ritmo dos árbitros e também dos jogadores, que estão fazendo mais faltas, por exemplo. O VAR precisa ainda de alguns ajustes no que diz respeito a critério de chamada do árbitro. Mas isso não é só no Brasil, mas no mundo inteiro. A origem dos erros no Brasileirão não está no VAR, mas na falta de treinamento contínuo para os árbitros. Afinal, o VAR ganha outra dimensão quando o árbitro erra no campo. Não se pode exigir excelência de quem não treina diariamente no campo de jogo. Enquanto essa realidade da arbitragem brasileira não mudar, as consequências serão sentidas em campo. Reclamar quando acontece o erro é jogar para a torcida”, afirmou o comentarista de arbitragem do esporte da Globo Sandro Meira Ricci.