Atlético é o segundo time que mais cruza, porém é o que mais erra na 16ª rodada do Brasileirão

O empate contra a equipe quase toda reserva do Botafogo não foi de muito agrado para o Atlético Goianiense. O clube goiano chegou aos 9 pontos conquistados ficando 8 pontos longe do primeiro adversário, Atlético Paranaense, fora da tão temida zona de rebaixamento. Apesar de não concordar com a escalação inicial, João Paulo Sanches acertou em um detalhe, pena que foi após a partida, quando disse que os jogadores foram atrapalhados pela ansiedade.

“Tivemos oportunidades, mas tem aquela ânsia de definir. Pecamos um pouco pelo excesso de cruzamentos”, disse João Paulo. Este foi apenas o inicio de uma fala até bonita e realista, porém, que nada adianta, já que o empate foi selado. Durante a partida foi notório o excesso de cruzamentos desnecessários realizados pelo Atlético, e foi justamente aí que começou o problema.

Durante 90 minutos, o Atlético Goianiense realizou 38 cruzamentos na área do Botafogo, dentre este número, apenas 4 foram corretas, enquanto 34 incorretas. Uma rápida pesquisa graças ao excelente site do Footstats e você pode perceber que o clube goiano foi o segundo que mais alçou bolas na área nesta rodada, ficando atrás apenas do Cruzeiro, que jogou 39 bolas na área do Avaí, a diferença fica pelo número acertado, já que o clube mineiro acertou 11.

Então, além de ser o segundo time que mais cruzou, foi de maneira disparada o que mais errou, e isso tem alguma explicação? A resposta é claro que sim. A formação do 4-2-3-1 adotado pelo Atlético desde os tempos de Marcelo Cabo favorece e muito a bola alçada na área, já que tanto o meia armador, quanto as duas opções dos pontas, podem fazer essa jogada, enquanto a referência no ataque ficaria para brigar com os zagueiros no alto.

O problema no clube goiano é que não tem esse homem que é a referência. Walter não é centroavante, ele é no máximo, um segundo atacante, e julgando pela sua condição, creio que o papel de meia armador seria o mais próximo de seu ideal, já que claramente sua visão de jogo é superior a de qualquer jogador no elenco rubro-negro.

Caso você procure pela lista de relacionados para a partida contra o Botafogo, notará uma coisa, havia apenas um atacante no banco de reservas. E o jogador ainda entrou durante a partida, que era Diego Rosa, que também não tem nenhuma característica de centroavante. Mas e João Pedro? O jovem revelado nas categorias de base do clube, que brilhou em algumas partidas do Campeonato Goiano, chegando a colocar Junior Viçosa no banco? Não foi nem relacionado, e não me recordo de ganhar chances após sua negociação com o São Paulo ser cancelada.

Ou o clube para de cruzar tantas bolas na área para o Walter tentar cabecear, ou contratar um centroavante cascudo que possa ao menos fazer a parede e brigar com os zagueiros no alto. E vale lembrar, às vezes, a solução pode ser caseira.

 

 

Texto assinado pelo jornalista Felipe André